Quem sou eu

Minha foto
Cordeirópolis, SP, Brazil
Bacharel e licenciado em História, pesquisador em história local e funcionário público.

Clique e conheça nossa editora

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Cordeiro no Correio Paulistano - III


126 anos da capela, depois igreja de Santo Antonio

                Antes de considerar e descobrir o documento que comprova a existência da povoação de Cordeiro, fixando a sua data de surgimento como 29 de janeiro de 1887, teria se conservado uma escritura onde se vendia um lote de terra na rua 7 de Setembro, na então “Capela de Santo Antonio dos Cordeiros”.

                Na edição de 14 de março de 1886, uma pequena nota comprova, dando uma espécie de registro de nascimento ao principal e mais antigo templo católico do Município, cujas festividades se encerram neste domingo. Diz a nota anônima: “Foram inaugurados, a 9 do corrente, na estação de Cordeiros, linha férrea Paulista, os trabalhos de construção de uma capela que será erigida sob a invocação de Santo Antonio.”

                Visita dos imperadores à Fazenda Ibicaba

                O Correio Paulistano de 14 de novembro de 1886 descreveu o itinerário do imperador e de sua comitiva em mais uma de suas viagens. Desta vez, no dia 8 de novembro, após uma viagem de 30 minutos entre Rio Claro e Cordeiro, os imperadores desembarcaram com destino à Fazenda Ibicaba, para um almoço.

Segundo o jornal, havia duzentos homens, moradores na vizinhança, a cavalo, com estandartes de diversas nacionalidades para recebê-los. Destacou-se que a fazenda continha 1.700 alqueires, cerca de 1,2 milhão de pés de café, com grande pomar, horta e casa de banho, com duas novas plantações, a Tetéa e a Puranga, perfazendo, no total, 270 colonos maiores e menores de nacionalidades diversas, 320 escravos adultos, 136 crianças escravas e 27 libertos. Terminada a visita à fazenda, Suas Majestades retornaram a São Paulo.

Libertação antecipada

Já destacamos há algum tempo que, em vista dos problemas causados por fugas e rebeliões de escravos, especialmente pela ação dos “caifases”, que providenciavam a libertação dos negros, a maioria dos proprietários que ainda tinham estes vínculos manifestavam na imprensa, suas medidas, para que a abolição, em tramitação no Parlamento brasileiro, fosse apressada.

Antes das medidas tomadas pela Câmara de Limeira, de libertar os escravos do Município sem que a legislação nacional fosse aprovada, o proprietário, e considerado o fundador de Cordeirópolis, Manoel Barbosa Guimarães comunicou, na edição do Correio Paulistano de 20 de janeiro de 1888, que teria libertado seus 17 escravos. Em comparação com a Fazenda Ibicaba, percebe-se que Guimarães era um pequeno proprietário, tendo aproveitado para lotear seu sítio visando a formação da cidade.

Pela recuperação e disseminação das informações, devemos agradecer à Biblioteca Nacional, ao Arquivo do Estado de São Paulo e ao “Center for Research Libraries”, um consórcio de bibliotecas, colégios e bibliotecas de pesquisa dos Estados Unidos,composta por 42 bibliotecas norte-americanas que criou, em 1975, o programa Latin American Microform Projects e, através dele, realiza a microfilmagem de acervos latino-americanos.

Nenhum comentário: