126 anos da capela, depois igreja
de Santo Antonio
Antes de considerar e descobrir o
documento que comprova a existência da povoação de Cordeiro, fixando a sua data
de surgimento como 29 de janeiro de 1887, teria se conservado uma escritura
onde se vendia um lote de terra na rua 7 de Setembro, na então “Capela de Santo
Antonio dos Cordeiros”.
Na edição de 14 de março de
1886, uma pequena nota comprova, dando uma espécie de registro de nascimento ao
principal e mais antigo templo católico do Município, cujas festividades se
encerram neste domingo. Diz a nota anônima: “Foram inaugurados, a 9 do
corrente, na estação de Cordeiros, linha férrea Paulista, os trabalhos de
construção de uma capela que será erigida sob a invocação de Santo Antonio.”
Visita dos imperadores à Fazenda Ibicaba
O Correio Paulistano de 14 de
novembro de 1886 descreveu o itinerário do imperador e de sua comitiva em mais
uma de suas viagens. Desta vez, no dia 8 de novembro, após uma viagem de 30
minutos entre Rio Claro e Cordeiro, os imperadores desembarcaram com destino à
Fazenda Ibicaba, para um almoço.
Segundo o jornal, havia duzentos homens, moradores na vizinhança,
a cavalo, com estandartes de diversas nacionalidades para recebê-los.
Destacou-se que a fazenda continha 1.700 alqueires, cerca de 1,2 milhão de pés
de café, com grande pomar, horta e casa de banho, com duas novas plantações, a
Tetéa e a Puranga, perfazendo, no total, 270 colonos maiores e menores de
nacionalidades diversas, 320 escravos adultos, 136 crianças escravas e 27
libertos. Terminada a visita à fazenda, Suas Majestades retornaram a São Paulo.
Libertação antecipada
Já destacamos há algum tempo que, em vista dos problemas causados
por fugas e rebeliões de escravos, especialmente pela ação dos “caifases”, que
providenciavam a libertação dos negros, a maioria dos proprietários que ainda
tinham estes vínculos manifestavam na imprensa, suas medidas, para que a
abolição, em tramitação no Parlamento brasileiro, fosse apressada.
Antes das medidas tomadas pela Câmara de Limeira, de libertar os
escravos do Município sem que a legislação nacional fosse aprovada, o
proprietário, e considerado o fundador de Cordeirópolis, Manoel Barbosa
Guimarães comunicou, na edição do Correio Paulistano de 20 de janeiro de 1888,
que teria libertado seus 17 escravos. Em comparação com a Fazenda Ibicaba,
percebe-se que Guimarães era um pequeno proprietário, tendo aproveitado para
lotear seu sítio visando a formação da cidade.
Pela recuperação e disseminação das informações, devemos agradecer
à Biblioteca Nacional, ao Arquivo do Estado de São Paulo e ao “Center for
Research Libraries”, um consórcio
de bibliotecas, colégios e bibliotecas de pesquisa dos Estados Unidos,composta por 42 bibliotecas
norte-americanas que criou, em 1975, o programa Latin American Microform Projects e, através dele, realiza a
microfilmagem de acervos latino-americanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário