Os primeiros anos de Cordeiro no
“Correio Paulistano”
Após a publicação de nosso primeiro artigo do mês, tomamos
conhecimento da existência da coleção digital do “Correio Paulistano”, jornal
da Capital que circulou entre 1854 e 1963, hospedada no site da Biblioteca
Nacional. Como na semana anterior, vamos
destacar algumas informações interessantes sobre Cordeiro que só puderam
descobertas com a digitalização e disponibilização dos exemplares deste
periódico.
Festa de São João
Na edição de 12 de junho de 1902, uma curta nota dizia que em
Cordeiro estaria se preparando os festejos de São João. Vale lembrar que a
igreja matriz já estava em funcionamento há mais de 15 anos e conservava seu
prédio original, que não é o desenho que está sendo recuperado com as obras
atuais.
Passagem do imperador D. Pedro
pela estação de Cordeiro
A edição do Correio Paulistano de 5 de novembro de 1886 cita uma
passagem do imperador D. Pedro II pela região. A reportagem inicia falando da
passagem pela estação de Descalvado, seguindo-se a Araras, onde foi recebida
pelo fazendeiro José de Lacerda Guimarães. Depois de pernoitar na cidade, a
família imperial visitou alguns locais da cidade, tendo seguido viagem no dia
seguinte, em direção a Jundiaí, tendo o trem parado em Cordeiro, Limeira e
Campinas, “a velocidade sempre de mais de 60 km por hora”.
Agência dos Correios
Pela edição de 25 de dezembro de 1879 tivemos conhecimento que,
naquela semana, teriam sido criadas agências dos Correios em diversas localidades,
especialmente a de Cordeiro que, naquela época, deveria servir à estação
ferroviária da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, já que,
comprovadamente, neste momento, ainda não estava iniciada a povoação.
Epidemias
Com base em informações conseguidas há mais de 15 anos em arquivos
de Limeira, soubemos, e já tivemos oportunidade de publicar na imprensa local,
detalhes sobre as epidemias que atingiram Cordeiro no final do século XIX. O
Correio Paulistano não deixou de destacar, na sua edição de 30 de abril de
1892, que teriam sido visitados por uma comissão sanitária as cidades de
Limeira, Rio Claro, Campinas, Santos e os “pequenos povoados” de Cordeiro e
Porto Ferreira, ressaltando, mais uma vez, a antiguidade da povoação, que
comprovadamente tem mais de 120 anos por esta passagem.
Um mês antes, em 24 de março, o mesmo jornal indicou que havia um
farmacêutico “por conta do governo”, um desinfetador e um médico; que teria
sido nomeado um “delegado de higiene”, com poderes para tomar todas as providências
e socorrer os indigentes, montar enfermaria e adquirir local para enterramento.
Conforme já tínhamos citado, com relação ao preciso texto do
memorialista Evaristo José Rodrigues, publicado pela Prefeitura Municipal em
1995, as suas opiniões são praticamente repetidas pela reportagem, que diz: “os
cadáveres eram conduzidos a Limeira, a distância de três léguas
(aproximadamente 18 km), alguns à mão, por falta de transporte”.
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