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Cordeirópolis, SP, Brazil
Bacharel e licenciado em História, pesquisador em história local e funcionário público.

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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Os primeiros anos de Cordeiro no jornal Correio Paulistano - I


Os primeiros anos de Cordeiro no “Correio Paulistano”

Após a publicação de nosso primeiro artigo do mês, tomamos conhecimento da existência da coleção digital do “Correio Paulistano”, jornal da Capital que circulou entre 1854 e 1963, hospedada no site da Biblioteca Nacional.  Como na semana anterior, vamos destacar algumas informações interessantes sobre Cordeiro que só puderam descobertas com a digitalização e disponibilização dos exemplares deste periódico.

Festa de São João

Na edição de 12 de junho de 1902, uma curta nota dizia que em Cordeiro estaria se preparando os festejos de São João. Vale lembrar que a igreja matriz já estava em funcionamento há mais de 15 anos e conservava seu prédio original, que não é o desenho que está sendo recuperado com as obras atuais.

Passagem do imperador D. Pedro pela estação de Cordeiro

A edição do Correio Paulistano de 5 de novembro de 1886 cita uma passagem do imperador D. Pedro II pela região. A reportagem inicia falando da passagem pela estação de Descalvado, seguindo-se a Araras, onde foi recebida pelo fazendeiro José de Lacerda Guimarães. Depois de pernoitar na cidade, a família imperial visitou alguns locais da cidade, tendo seguido viagem no dia seguinte, em direção a Jundiaí, tendo o trem parado em Cordeiro, Limeira e Campinas, “a velocidade sempre de mais de 60 km por hora”.

Agência dos Correios

Pela edição de 25 de dezembro de 1879 tivemos conhecimento que, naquela semana, teriam sido criadas agências dos Correios em diversas localidades, especialmente a de Cordeiro que, naquela época, deveria servir à estação ferroviária da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, já que, comprovadamente, neste momento, ainda não estava iniciada a povoação.

Epidemias

Com base em informações conseguidas há mais de 15 anos em arquivos de Limeira, soubemos, e já tivemos oportunidade de publicar na imprensa local, detalhes sobre as epidemias que atingiram Cordeiro no final do século XIX. O Correio Paulistano não deixou de destacar, na sua edição de 30 de abril de 1892, que teriam sido visitados por uma comissão sanitária as cidades de Limeira, Rio Claro, Campinas, Santos e os “pequenos povoados” de Cordeiro e Porto Ferreira, ressaltando, mais uma vez, a antiguidade da povoação, que comprovadamente tem mais de 120 anos por esta passagem.

Um mês antes, em 24 de março, o mesmo jornal indicou que havia um farmacêutico “por conta do governo”, um desinfetador e um médico; que teria sido nomeado um “delegado de higiene”, com poderes para tomar todas as providências e socorrer os indigentes, montar enfermaria e adquirir local para enterramento.

Conforme já tínhamos citado, com relação ao preciso texto do memorialista Evaristo José Rodrigues, publicado pela Prefeitura Municipal em 1995, as suas opiniões são praticamente repetidas pela reportagem, que diz: “os cadáveres eram conduzidos a Limeira, a distância de três léguas (aproximadamente 18 km), alguns à mão, por falta de transporte”.

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